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sábado, 26 de junho de 2010

SESSÃO NOSTALGIA - Flávia Esteves, Garota do Fantástico 1988



Daslan Melo Lima

     Em março de 1984, a revista eletrônica da Rede Globo estreava um quadro que marcaria época: o “Garotas do Fantástico”. Durante cinco anos (divididos em duas fases), o programa exibiu mais de 70 gatas que enfeitaram a noite de domingo de muita gente. Algumas poucas estão na mídia até hoje; a maioria foi cuidar da vida e não deu mais notícia.
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 (Globo.com, http://especiais.fantastico.globo.com/revistafantastico/2008/02/29/garotas-do-fantastico/)
   

FLÁVIA ESTEVES, A GAROTA DO FANTÁSTICO 1988




Vídeo com as três finalistas do Garota do Fantástico 1988,

     Concorrendo com duas gaúchas, Flávia Esteves, pernambucana de apenas 17 anos, recebeu, no último domingo, o titulo de “Garota do Fantástico 88”. O concurso foi promovido pela Rede Globo de Televisão, que selecionou, entre 350 candidatas, apenas sete. Elas foram apresentadas através de clips, durante sete domingos, no Fantástico. Apenas três foram escolhidas para a final, de onde saiu a primeira Garota do Fantástico pernambucana.

      Flávia Esteves, 17 anos, era apenas uma estudante bonita do 2º Grau do Colégio Salesiano, quando foi convidada pelo fotógrafo Newton Costa para fazer umas fotos: ”Ele sempre insistiu para me fotografar e eu nunca aceitei. Só depois de muitos pedidos eu resolvi ceder”, afirma Flávia.

      Depois de feitas as fotos, Newton enviou-as à Rede Globo, no Rio de Janeiro, que gostou de Flávia, entrando em contato, logo em seguida, com a Rede Globo Nordeste, para que fosse feito um clip com ela. Flávia saiu-se muito bem e foi escolhida juntamente com mais seis meninas a concorrer ao título “Garota do Fantástico”. Foram apresentados sete clips, durante sete semanas. No domingo, 24 de julho, foram apresentadas três garotas que ficaram para a fase semifinal: Luciana Albrechi – 16 anos, Andréa Campos – 19 anos e Flávia. O clip de Flávia foi realizado aqui em Pernambuco, nas praias de Itamaracá, Olinda e no Mar Hotel, em Boa Viagem.
      Flávia recebeu, como prêmio, uma viagem à França, com acompanhante, mas afirmou que irá transferir a viagem para a época de férias, pois não quer se prejudicar nos estudos. Se Flávia não quiser fazer a viagem, a Rede Globo lhe dará o prêmio em dinheiro. Apesar de já ter tirado algumas fotos e participado de alguns desfiles de obras de caridade, Flávia nunca pensou em ser modelo. O que ela quer mesmo é ser comunicadora visual, profissão que pretende abraçar futuramente.

      Depois de conquistar esse título, Flávia deverá receber várias ofertas, mas o seu endereço e telefone não estão sendo divulgados pela Globo, porque todas as propostas para Flávia deverão ser encaminhadas através da Rede Globo, que já fez a sua à felizarda: participar, durante todo o ano de 88, dos clips musicais do programa Fantástico.

      Flávia é oriunda de uma família de classe média, filha do economista Márcio Esteves e de Sônia Esteves. Eles tiveram uma participação de grande importância no trajeto de Flávia até o título. “No começo, ela sentiu medo, mas eu incentivei muito para que ela chegasse ater o final”, disse Sônia. Outra pessoa que ofereceu grande incentivo a Flávia foi o seu namorado, Edvaldo Sérgio, de 21 anos, estudante de Administração no Esuda. “Ele sentiu ciúmes, no início, pensando até que ia me perder. Mas no final deu tudo certo e eu acabei até recebendo um bouquet de flores”, disse Flávia, sorridente.
---------  (Jornal do Commercio-Recife, 31/07/1988)


FLÁVIA ESTEVES, 
GAROTA DO FANTÁSTICO COM TODOS OS MÉRITOS

     Quando uma jovem sai daqui, através de vídeos e desbanca centenas de candidatas do Rio e São Paulo, é porque se trata de uma beleza que não sofreu a mínima contestação por parte daqueles que selecionam e produzem um concurso de âmbito nacional – A Garota do Fantástico – tão badalado pela poderosa Rede Globo de Televisão.

     A pernambucana Flávia Esteves soube muito bem representar a graça e o charme da mulher pernambucana, embora muito jovem ainda. E merece também os aplausos da editoria local da Revista da Tevê. Flavinha, se bem dirigida e aproveitada – com a força da Globo – poderá se transformar numa das estrelinhas do nosso vídeo. É só esperar. 
----------  (”Na Telinha”, Geraldo Silva. Jornal do Commercio-Recife, 14/08/1988)

FLÁVIA ESTEVES, UM ORGULHO PERNAMBUCANO

     Pernambuco vibrou com a vitória de Flávia Esteves naquele domingo 24 de julho de 1988. O Nordeste vibrou. 

      Flávia viajou ao Rio de Janeiro com os pais e a reportagem do Fantástico destacou esse detalhe, mostrando uma Flávia linda, ar tímido, posando para as câmaras da Rede Globo de Televisão diante do mar carioca.



     Flávia Esteves, Garota do Fantástico-88 (na Globo), mesmo com tanta beleza, foi simplesmente esquecida na telinha, diz a legenda da imagem. (Foto: Vladimir Barbosa, Jornal do Commercio-Recife, 12/07/1989)


     A MODELO Flávia Esteves, tão linda quanto discreta, continua sendo uma das mulheres mais bonitas do Recife, mais de 15 anos depois de ser eleita Garota do Fantástico. (Coluna de João Alberto, Diario de Pernambuco, Recife, 1º/10/2002)


    
AS NOITES DE DOMINGO QUE NÃO VOLTARÃO JAMAIS




Flávia Esteves, Garota do Fantástico 1988. (Foto: Vladimir Barbosa, Jornal do Commercio-Recife, 14/08/1988)

     Vou encerrar esta SESSÃO NOSTALGIA transcrevendo a crônica Garota do Fantástico, de Léia Batista, publicado no Recanto das Letras, em 09/02/2009, código do texto: T1429825, www.recantodasletras.uol.com.br. Nostalgia pura. Vale a pena conferir.

     Ouvi zoando por aí uma conversa sobre o concurso da Garota do Fantástico. Imediatamente a minha mente viajou ao passado e trouxe de lá lembranças que marcaram fortemente uma época. Pra quem assistia ao veterano programa dos domingos, no final dos anos 90, a Garota do Fantástico era o aperitivo antes do jantar ou o licor no final de noite.

      Para quem não vivenciou este período saiba que, de 1984 a 1989, Cid Moreira anunciava todos os domingos belas garotas de biquínis que saltitavam pela tela em cenários paradisíacos – praias, jardins- embaladas por sucessos românticos da época. O público votava por telefone para eleger a mais bela. Os prêmios não eram propriamente vultosos: uma viagem com direito a acompanhante, uma campanha de cosméticos. Mas, em matéria de repercussão as vencedoras não tinham do que reclamar. Ser Garota do Fantástico abria muitas portas.

      Várias delas começaram a carreira ao mostrar suas formas nos clipes sensuais. Gisele Fraga, Luciana Vendramini, Paula Burlamarqui, Núbia de Oliveira, Mari Alexandre, Viviane Araujo e por aí vai. Como você deve ter constatado era um concurso de peso, ou melhor, de curvas, muitas curvas. Tudo envolto no estilo e no glamour que a rede Globo impõe aos seus programas. Mesmo que as primeiras aparições de topless acontecessem em algumas cenas, o lado artístico buscava ofuscar a ousadia explícita. E aos olhos do avô, do pai, do filho ou do neto o programa era o verdadeiro colírio dos domingos.

      Volto ao ponto em que soube que estavam abertas as inscrições para o concurso da Garota do Fantástico. Corri para me inteirar do assunto. O concurso iria acontecer mesmo, numa parceria da agência de modelos Mega com o Fantástico. Rodando o Brasil inteiro, durante quatro meses até ser, finalmente, escolhida a Garota Fantástica.

      “Interessante” foi o que pensei, mas uma ponta de frustração invadiu o meu saudosismo romântico. Garota Fantástica? Top Model? Como assim? As garotas daquela década (vou repetir) tinham curvas, lindas curvas. Eram garotas brasileiras desfilando e não modelos de passarela. Eram mulheres de carne e osso, mas com muito mais carne do que é permitido a uma Top Model ter. Murchei! Sim, vai ser legal. Boa sorte as meninas! Mas o passado permanece onde sempre esteve; intocável, inigualável, nas noites de domingo que não voltarão jamais.


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sábado, 19 de junho de 2010

SESSÃO NOSTALGIA - MARIA OLÍVIA REBOUÇAS CAVALCANTI E GILMAR DOS SANTOS NEVES, A MISS BRASIL E A "MISS" COPA DO MUNDO 1962



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Daslan Melo Lima

RIO DE JANEIRO, 16 DE JUNHO DE 1962

Noite de festa no Maracanãzinho. O concurso Miss Brasil despertava tanto interesse quanto a partida final da Copa do Mundo que se realizaria no dia seguinte, em Santiago do Chile, quando a Seleção Brasileira enfrentaria a da Tcheco-Eslováquia.

Nem o frio, nem a chuva, nem mesmo o sucesso de Garrincha conseguiu baixar o termômetro da animação no Maracanãzinho. O Miss Brasil-62 foi a maior cheia da história do Concurso. 30.000 pessoas, contadas pelas “borboletas”, desembocaram no estádio. Lá estava o melhor do “society”. Ministros, Embaixadores, de mistura com as torcidas de Madureira e Bangu. A corrida para compra de mesas e cadeiras foi um deus-nos-acuda. Do Gabinete do Ministério da Guerra houve quem oferecesse 15 mil cruzeiros por uma mesa e não conseguiu.
A vitória foi da Bahia, na pessoa de Maria Olívia Rebouças, candidata do mesmo clube que elegeu Martha Rocha, o Clube Baiano de Tênis. Nenhuma outra Miss Brasil – e vai nesse cotejo Martha Rocha e Adalgisa Colombo – se aproximou de Olívia em conjunto rigorosamente medido. Tem 1 metro e 72, 59 de peso, quadris e busto 91, coxa 56, cintura idem, tornozelo 23, cabelos negros, olhos castanhos. E sobre isto personalidade macia e irradiante. Oscar Santamaria, jurado internacional, chamou-a de Martha de olhos negros.
Também o público escolheu Olívia, a quem mais aplaudiu, no passeio de maiô, e no desfile de vestido.
(Ubiratan de Lemos, revista O Cruzeiro, 30/06/1962)

RIO DE JANEIRO, 17 DE JUNHO DE 1962

À tarde, com manto, cetro e coroa, Miss Brasil 1962 fez um passeio pela cidade, em companhia de MANCHETE. E parou, finalmente, na famosa Rua Miguel Lemos, onde se incorporou aos torcedores que ali se reuniram para ouvir a irradiação da Copa do Mundo. O pequeno transistor de Miss Brasil foi cercado por outras representantes estaduais, todas elas emocionadíssimas. “Mais com a Copa”, disseram, “do que com o desfile do Maracanãzinho.”
(Revista Manchete, 30/06/1962)



Maria Olívia Rebouças Cavalcanti, Miss Brasil 1962, no primeiro dia do seu reinado.
(Foto: Revista Manchete, 30/06/1962)

 Da esquerda para a direita, Eva Maria Arismende, Miss Rio Grande do Sul, quarto lugar no Miss Brasil; Rita Nóbrega de Melo, Miss Ceará, sexto lugar; Dilma Dias Duarte, Miss Goiás; Maria Olívia Rebouças Cavalcanti, Miss Brasil ; e Maria Augusta Aguiar Salmen, Miss Maranhão, ouvem a última partida do Brasil. (Foto: Revista Manchete, 30/06/1962)

 O Top 3 do Miss Brasil 1962. Da esquerda para a direita: Julieta Strauss, Miss São Paulo, segundo lugar; Maria Olívia Rebouças Cavcalcanti, primeiro; e Vera Lúcia Saba, Miss Guanabara, terceiro lugar. (Foto: revista Manchete, 30/06/1962)

SANTIAGO DO CHILE, 17 DE JUNHO DE 1962


Final da Copa do Mundo. A Seleção Brasileira derrotou a da Tcheco-Eslováquia por 3x1 e conquistou o bicampeonato mundial de futebol. Após o término da partida, Gilmar foi carregado nos ombros por torcedores entusiasmados. Os fotográfos do mundo intteiro registraram a cena onde ele ostentava a faixa de Miss Copa, ofertada por um fã. (Foto: Revista Manchete, 30/06/1962)

EPÍLOGO

Timbaúba, Pernambuco, 20 de junho de 2010. Enquanto concluo esta matéria, uma festa está acontecendo próximo à minha casa, na praça do meu bairro. Dezenas de torcedores assistiram ao jogo do Brasil com Costa do Marfim por um telão e estão comemorando a vitória da nossa Seleção por 3x1.

Naquele 1962, o jornal francês Le Figaro escreveu que a vitória do Brasil na Copa do Mundo era vital para os brasileiros, “um povo que não dispõe de outro meio, além do esporte, para impor-se no cenário internacional”. A revista Manchete rebateu o comentário em sua edição de 30/06/1962: "Temos o nosso cômico, o nosso errado, sem dúvida. Mas, neste momento em que o mundo inteiro se angustia, uma nação faz uma pausa em suas preocupações para se sentir feliz. Esse é um fenômeno raro. Portanto, deixem-nos rir.”

Com licença, meus amados leitores e minhas amadas leitoras. Neste final de tarde do frio domingo pernambucano, vou me permitir ir agora à praça do meu bairro. Vou me permitir fazer uma pausa e interagir com o pessoal que está comemorando mais uma vitória brasileira na Copa do Mundo de 2010. Vou me permitir ir e rir.

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sábado, 12 de junho de 2010

SESSÃO NOSTALGIA - Sônia Maria Ohana, Rainha do Selecionado Brasileiro 1966 e Miss Pará 1967

Daslan Melo Lima



     Abril de 1966. A Guerra do Vietnam deixava de ser somente do Vietnam e o conflito estava em vias de se transformar num confronto militar entre os Estados Unidos e a China. Os temores eram de que a 3ª Grande Guerra Mundial estava próxima. O Brasil estava no segundo ano do Golpe Militar. Era um ano eleitoral, com eleições em todo o Brasil para senadores, deputados estaduais e federais, mas o Presidente da República e os governadores de doze Estados brasileiros seriam eleitos indiretamente. Apesar do clima sombrio que pairava sobre o Planeta, as atenções de milhões de pessoas estavam voltadas para a Copa do Mundo que seria realizada em junho, na Inglaterra. Os torcedores brasileiros alimentavam o sonho de o Brasil conquistar o tri-campeonato mundial de futebol. Foi nesse contexto que aconteceu em São Paulo a eleição da Rainha do Futebol Brasileiro.
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SÔNIA MARIA OHANA
RAINHA DO FUTEBOL BRASILEIRO 1966


Miss Futebol vai a Londres. Sônia Maria Ohana venceu fácil o concurso nacional destinado a escolher a mascote do escrete brasileiro. Em plena forma física, a Rainha Sônia passaria incólume pela junta médica da Seleção. 
- Revista Manchete, 23/04/1966.
 

A seleção brasileira, que já tem no canarinho Tri, de Ziraldo, a sua mascote, ganha outra agora: Sônia Maria Ohana, cujos saudáveis encantos se notam nestas fotografias. Sônia acaba de ser eleita, em São Paulo, por um júri altamente cioso de sua escolha, Rainha do Futebol Brasileiro, vencendo (disparada) um concurso ao qual concorreram representantes de vários Estados. No dia seguinte à sua escolha – e numa concessão especial a MANCHETE – ela deixou-se fotografar no Pacaembu e improvisou diante da nossa objetiva duas poses essencialmente futebolísticas: a primeira, erguendo uma cópia da Taça Jules Rimet, numa imitação do gesto de Belíni, em 58, na Suécia, e que Mauro bisou no Chile, em 62; a segunda, preparando-se para defender um chute de um adversário invisível. Era a segunda defesa de Sônia. A primeira foi de sua eleição. E a terceira será a conquista do tri, em Londres, pois Sônia deverá assistir a todos os jogos do Brasil.
- Manchete, 23/04/1966.



Santarém, Pará, 1966 - Reunião na sede da Liga Esportiva de Santarém com as presenças de Silvério Sirotheau Correa, Coronel Mario Imbiriba, Sônia Maria Ohana, Péricles Guedes de Oliveira (Presidente da Federação Paraense de Desportos, hoje Federação Paraense de Futebol) e Ercio Bemerguy, fazendo a cobertura para a Rádio Rural de Santarém.
(Foto: O Mocorongo do Ercio, Blog do Ercio Bemerguy, www.ercioafonso.blogspot.com)
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SÔNIA MARIA OHANA
MISS PARÁ 1967


      Sônia Maria Ohana era simpática, comunicativa, com traços fisionômicos que tinham um quê do povo japonês, dos índios, dos caboclos... Uma beleza diferente, única, uma figura que sintetizava a miscigenação dos povos que construíram o nosso imenso Brasil. Com todos esses atributos, representou muito bem o Estado do Pará no concurso Miss Brasil 1967. Sônia foi a terceira colocada, ficando na frente de Anísia Gasparina da Fonseca, Miss Brasília, a grande favorita ao título, que acabou na quarta colocação. O primeiro e o segundo lugares ficaram, respectivamente, com Carmen Sílvia de Barros Ramasco, Miss São Paulo, e Wilza de Oliveira Rainato, Miss Paraná. (Foto: Revista O Cruzeiro, 15/07/1967)


O Top 3 do Miss Brasil 1967: Sônia Maria Ohana, Miss Pará, terceiro lugar; Carmem Sílvia de Barros Ramasco, Miss São Paulo, primeira colocada; e Wilza Rainato, Miss Paraná, segundo lugar. ***** Imagem: O Cruzeiro, 15/07/1967
     Sônia teria sido uma ótima representante da mulher brasileira no exterior, mas um lance do destino impediu. O terceiro lugar daria a ela o direito de disputar o Miss Beleza Internacional, nos Estados Unidos, mas esse concurso, que não tinha sido realizado em 1966, aconteceu em abril de 1967, antes do Miss Brasil. Quem participou do Miss Beleza Internacional foi Virgínia Barbosa de Souza, Miss Minas Gerais do ano anterior, quarta colocada no Miss Brasil 1966, pois France Carneiro Nogueira, Miss Ceará, a terceira colocada, tinha renunciado ao título para casar.


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     Junho de 2010. O Planeta Terra sofre pelos anos e anos de agressão ao meio ambiente. Estamos em um ano eleitoral, com eleições em todo o Brasil para governadores, deputados estaduais, Presidente. Apesar do clima sombrio envolvendo o futuro das condições climáticas do Planeta Terra, as atenções de milhões de pessoas estão voltadas para a Copa do Mundo que está sendo realizada na África do Sul.

Sônia Maria Ohana

     Mas por falar em nostalgia, onde anda Sônia Maria Ohana? Pergunto em silêncio ao vento frio de junho de 2010 e ele responde:
- "Não sei Daslan Melo Lima. Talvez em Belém do Pará, disposta para assistir pela televisão aos jogos da Seleção do Brasil na Copa, após um banho de cheiro e uma porção de açaí. Feliz, bonita, sábia, realizada, guardando ótimas recordações de quando foi Rainha do Futebol Brasileiro 1966 e Miss Pará 1967."
- "Assim Seja", digo em silêncio ao lado do vento frio deste junho de 2010.

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sábado, 5 de junho de 2010

SESSÃO NOSTALGIA - Teresinha de Jesus Estêves Alcântara, Miss Piauí 1956


Daslan Melo Lima


          Naquele agosto de 1956, o Brasil tinha apenas 59.846.000 habitantes. Era o dia 18. A revista semanal O Cruzeiro, um dos maiores sucessos editoriais brasileiros de todos os tempos, circulou nas bancas de todo o País trazendo na capa o rosto de uma jovem nordestina. Quem era? Teresina de Jesus Estêves Alcântara, a primeira Miss Piauí, que tinha feito um grande sucesso no concurso Miss Brasil, realizado no dia 16 de junho, no Hotel Quitandinha, em Petrópolis, Rio de Janeiro, cuja vencedora foi Maria José Cardoso, Miss Rio Grande do Sul.

TERESINHA, A PRIMEIRA MISS PIAUÍ

          O primeiro concurso Miss Piauí foi realizado em 19/05/1956, no Club dos Diários, em Teresina–PI, patrocinado pelos Diários e Emissoras Associados e coordenado por José Lopes dos Santos. Três candidatas participaram. O primeiro lugar ficou para Teresinha de Jesus Estêves Alcântara (Miss Diretório Acadêmico Club dos Diários). As demais candidatas, sem ordem de classificação, foram: Denise Ribeiro de Farias (Miss Associação Atlética Banco do Brasil e Clube do Comerciário) e Yolanda Machado (Miss Clube do Comércio). Embora Teresinha tenha representado na passarela o Diretório Acadêmico Club dos Diários, por ter sido indicada pela cidade de Altos, é também considerada Miss Altos 1956. (Fonte: Misses em Manchete, www.missesemmanchete.blogspot.com)

TERESINHA, DOCE DE MANGABA


A reportagem da revista O Cruzeiro, de 18/08/1956, focalizando a Miss Piauí 1956, tinha quatro páginas, com texto de Álvares da Silva e fotos de Luciano Carneiro, sob o título “Teresinha doce de mangaba”.

A doce, a ingênua, a singela Teresinha foi eleita Miss – “por que o pessoal da minha terra, o Piauí, viu? Acha que eu tenho um tipo bem brasileiro.”
E que é um tipo (entre os muitos) bem brasileiro?
Será a linda morena, corpo bonito, nome comprido?
Por exemplo: Teresinha de Jesus Estêves Alcântara, nascida no interior, mas que se mudou para a capital – Que recebeu o nome de uma santa porque Mãe fez promessa para que Pai se curasse – Que vai à missa no domingo porque tem fé e é católica praticante, mas se não for à Igreja, Mãe não deixa passear nem ir ao cinema à noite – Que cursou primário e ginasial sem saber direito que carreira ia seguir, e que pensa ser doutora em Medicina porque acha bonita a profissão, porém, Mãe, que tem vários filhos e porque a vida está cara, pensa empregá-la numa autarquia – Que usou pela primeira vez salto alto e saia justa no desfile do concurso – Que desfilou morta de vergonha, mas com um maiô de fio de ouro – Que perdia a voz quando lhe davam microfone para falar – E que nunca pensou em ser Miss, mas realizou um sonho.
Das 22 concorrentes ao título de Miss Brasil 1956, Teresinha Alcântara, Miss Piauí, está entre as mais genuínas representantes da moça do interior.



- Ah! Eu folheava a revista das Misses, e...
- Que revista das Misses é essa. D. Teresinha?
- O CRUZEIRO. O senhor não sabia? (Ri) Eu achava tudo lindo, maravilhoso, impossível. Imagina: concorrer para Miss Brasil! De repente, tudo se tornou realidade. Fui Muito aplaudida no Ceará, em S. Paulo, e no desfile final em Quitandinha. Gostaram de mim.
E não tem namorado!



Pergunto-lhe do que gosta em cinema. Responde-me que admira o cinema brasileiro – e, eu, mais admirado ainda, ouço-a citar Oscarito, Eliana, Anselmo, sem desdouro ao lado do Marlon e da Princesa O'Kelly.
É este um tipo de moça bem brasileira?
Sim. E está é Teresinha, mescla de “A Moreninha”, de Macedo, e “Inocência”, de Taunay – doce de mangaba, um bom doce nacional e que contem os ácidos genuínos da terra basílica.


TERESINHA, O ANJO DO MISS BRASIL 1956


A revista mensal A Cigarra, editada pela empresa gráfica “O Cruzeiro”, publicação voltada mais para o público feminino, em seu número de agosto de 1956, trouxe 32 generosas páginas dedicadas ao concurso Miss Brasil 1956. Na página dedicada a Teresinha de Jesus Estêves Alcântara, o repórter Carlos Gaspar escreveu:

Teresinha de Jesus Alcântara, morena de longos cabelos castanhos e 18 anos de idade, foi o “anjo” do concurso. Angelical eram realmente a sua aparência, seu sorriso, até mesmo seu espírito. Foi através dela que o Piauí se fez representar, pela primeira vez, em um concurso de Miss Brasil. Começou muito bem. Teresinha vem do interior, da cidade de Altos, embora há muito tempo residisse em Teresina, capital do Estado. Ainda antes da festa do Quitandinha, observadores imparciais, que a viram em São Paulo e no Rio, chegaram a apostar em que ela seria finalista. O próprio público presente àquela festa há de ter pensado o mesmo, a julgar pelos entusiásticos aplausos com que saudou a passagem de Miss Piauí pela passarela, especialmente no desfile em vestido “soirée”. O júri, porém não entendeu assim, para surpresa geral. Mas Teresinha ficou sendo uma das candidatas de maior sucesso. Suas medidas: altura, 1,70; peso, 60; cintura, 64; busto, 91; quadris. 90; coxa, 51 e tornozelo, 21.

DOCE DE MANGABA


A mangaba é uma fruta doce, genuinamente brasileira, muito apreciada pelo sabor, rica em rica em ferro e vitamina C. Seu nome, de origem tupi-guarani, significa "fruta boa de comer". Com ela também são feitos sucos, doces, compotas, vinhos e tortas.

Receita de doce de mangaba.
Ingredientes: 700 g de açúcar, meio litro de água, 3 cravos-da-índia e 2 paus de canela.
Modo de fazer: Lave as mangabas e fure-as com um garfo para extrair o leite da fruta. Coloque-as de molho em uma tigela com água durante pelo menos quatro horas. Esprema o suco de um limão na água para ajudar a retirar todo o leite das frutas. Faça a calda: misture o açúcar com a água, adicione os cravos e a canela e deixe ferver bem. Acrescente as mangabas e deixe cozinhar durante 30 minutos. (Fonte: www.cybercook.terra.com.br)

POR ONDE ANDA TERESINHA


Teresinha Alcântara em 2008. (Foto: Arquivo de Fernando Bandeira de Melo)



Beleza em dose tripla. Da esquerda para a direita: Darcy do Carmo Lima Assunção (Miss Piauí 1966), Marinna de Paiva Lima (Miss Piauí 2008, semifinalista, Top 15 do Miss Brasil) e Teresinha de Jesus Estêves Alcântara (Miss Piauí 1956). ***** Foto: Arquivo de Fernando Bandeira de Melo.

Teresinha casou-se logo após o término do seu reinado com o empresário piauiense Francisco Costa, que se elegeria posteriormente Deputado Estadual. Quatro filhos teve a nossa Miss Piauí 1956. Mora atualmente em Teresina, sendo uma das mulheres mais queridas do Piauí, por tudo o que representa para nós. (Fernando Bandeira de Melo, missólogo piauiense, em declaração ao Misses em Manchete, www.missemmanchete.blospot.com, em 27/05/2007)

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          Naquele agosto de 1956, o Piauí tinha uma população estimada em 1.185.000 pessoas. Milhares delas ficaram orgulhosas de ver na capa da revista O Cruzeiro o “anjo” do concurso Miss Brasil. E era para ficar. Naquela edição havia quatro páginas focalizando o cantor Elvis Presley (1935-1977) e outras quatro falando sobre a atriz Susan Hayward (1917-1975), mas quem estava na capa era Teresinha Alcântara.

          Detalhe: A revista O Cruzeiro, com a Miss Piauí 1956 na capa, teve uma tiragem de 610.000 exemplares, enquanto o último número da Caras, de 4/06/2010, especializada em celebridades, 359.415.

          Teresinha de Jesus Estêves Alcântara é um orgulho do Piauí e, por extensão, um orgulho do Nordeste brasileiro. E por tudo o que ela representa para o nosso povo merece as homenagens do PASSARELA CULTURAL.

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